Política
Documento revela que governo Lula negou pedido de apoio militar ao Rio de Janeiro
Um documento oficial divulgado nesta segunda-feira (28) levantou fortes questionamentos sobre a postura do governo federal diante da crise de segurança no Rio de Janeiro. O material confirma que o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, recusou um pedido formal do governador Cláudio Castro (PL), que solicitava o uso de veículos blindados da Marinha para reforçar as operações contra o crime organizado em comunidades dominadas por facções como o Comando Vermelho.
O ofício foi protocolado em 28 de janeiro de 2025, diretamente no Ministério da Defesa. Nele, Castro pedia o empréstimo dos Carros Lagarta Anfíbios (CLAnf) — blindados táticos utilizados pela Marinha — e o apoio de militares especializados para atuar junto às forças estaduais. O objetivo era conter o avanço do tráfico em regiões consideradas de altíssimo risco, onde o poder das facções já superava a capacidade operacional das polícias.
Apesar da gravidade da situação, o Ministério da Defesa indeferiu o pedido, alegando que o uso dos blindados fora de missões estritamente militares configuraria “desvio de finalidade”, contrariando a legislação que delimita as atribuições das Forças Armadas.
Esses veículos, conhecidos por sua robustez e capacidade de transitar em terrenos difíceis, já haviam sido utilizados em ações de apoio à segurança pública, como nas operações realizadas durante os Jogos Olímpicos de 2016. Fontes do governo fluminense afirmam que a solicitação foi acompanhada de relatórios da inteligência estadual, que alertavam para o aumento expressivo da violência e o fortalecimento das organizações criminosas — o que torna a recusa ainda mais polêmica.
Resposta fria e reação imediata
O trecho mais criticado do documento é a resposta do Ministério da Defesa, que orienta o governo do Rio a “buscar alternativas dentro de suas competências institucionais”, deixando claro que a União não participaria diretamente das operações. A linguagem burocrática e o tom distante geraram forte insatisfação no Palácio Guanabara, que considerou o retorno “insensível e descolado da realidade” vivida no estado.
A repercussão foi imediata em Brasília. Parlamentares da oposição acusaram o governo Lula (PT) de negligência e omissão. O deputado Gustavo Gayer (PL-GO) declarou que a recusa comprova “a falta de comprometimento do governo petista com a segurança pública” e acusou o Planalto de agir de forma política:
“É revoltante ver o governo virar as costas para um estado em desespero. Lula prefere proteger criminosos a proteger a população de bem”, disse.
Na mesma linha, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou:
“Enquanto o Rio tenta combater o crime, o governo federal combate quem está lutando contra ele. É a inversão total de valores.”
Defesa do Ministério e impasse jurídico
Por sua vez, o Ministério da Defesa defendeu a decisão. Em nota, a pasta ressaltou que o emprego de tropas ou equipamentos militares em ações policiais depende de autorização presidencial por meio de uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).
Fontes ligadas ao ministro José Múcio afirmam que o governo teme que o uso recorrente de militares em ações civis leve à “militarização da segurança pública”, o que poderia gerar precedentes institucionais indesejados.
Castro reage e denuncia abandono
O governador Cláudio Castro reagiu com indignação. Em pronunciamento, afirmou que o Rio de Janeiro “não pode ser vítima da burocracia enquanto criminosos controlam territórios e espalham medo”.
“Não estamos pedindo armas para a guerra, mas meios de garantir que nossos policiais voltem vivos para casa”, declarou o governador.
Castro reiterou que continuará pressionando o governo federal por apoio e lembrou que o Rio é o estado mais afetado pela violência armada no país, com facções utilizando armamentos de uso restrito das próprias Forças Armadas.
Crise política e acusação de seletividade
A negativa reacende o debate sobre o papel da União na segurança pública e expõe as tensões políticas entre o Planalto e os governadores de oposição. A divulgação do documento fortalece as acusações de que o governo Lula estaria priorizando aliados, deixando de apoiar administrações que não pertencem à sua base.
Enquanto o tráfico avança nas comunidades e a violência atinge novos recordes, o impasse entre Brasília e o Palácio Guanabara deixa o estado em uma situação crítica. Para muitos analistas, a postura do governo federal transmite indiferença diante de uma guerra urbana que há muito ultrapassou os limites da segurança estadual.
“Quem paga o preço é o cidadão fluminense — abandonado entre o poder do crime e a omissão de um governo que prefere o silêncio à ação”, resumiu um analista político ouvido pela reportagem.
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